terça-feira, 28 de julho de 2015

Correr, de Drauzio Varella: leitura essencial para corredores e maratonistas

Minha paixão pela leitura começou muito antes da insanidade pela corrida, portanto qualquer livro que trate do assunto é devidamente “devorado” quando cai em minhas mãos. E que satisfação a minha ao ler a obra “Correr – o exercício, a cidade e o desafio da Maratona” do Dr. Drauzio Varella, figura ilustre não só pelos seus outros títulos literários mas pela presença constante em programas de TV e outras mídias. Antes de mais nada, você irá ler um texto redigido por nada menos que um médico, o que já dá credibilidade suficiente aos fatos apresentados, porém imagine um profissional desta área de saúde que iniciou na corrida aos 50 anos de idade e que no presente momento, com 72 anos, continua mais firme e forte que muitos de nós. Com certeza ele assim o é comparado a mim, enquanto tento com muito esforço (e pouco sucesso, diga-se) terminar uma maratona em menos de 5 horas, ele o faz com mais de 1 hora de vantagem.

Mas vamos falar um pouco do livro. Publicado pela editora Companhia da Letras, o exemplar em papel possui 206 páginas recheadas de experiências, conselhos, estórias, dados médicos e muita informação que corredores e maratonistas irão se deliciar, dada a confiabilidade de ter sido escrita por quem realmente entende do assunto. Para os paulistanos como este aqui, mais satisfação ainda, pois em seus treinos o bom doutor descreve muitos pontos da cidade por onde treina, o que nos motiva a explorar a metrópole através das passadas. O texto não é dividido de forma engessada, e sim mesclado com informações fisiológicas muito úteis para os corredores, dados históricos sobre a maratona e experiências das provas que o autor vivenciou no Brasil e no exterior.

Um capítulo especial para mim é o que descreve a Maratona do Rio de Janeiro de 2013, prova infernal onde o sol resolveu aparecer no mês de julho com força total na orla carioca, fritando tênis, boné, asfalto e tudo ao redor do corredor. Com certeza o doutor chegou bem à minha frente, mas a sua forma de descrever o que passamos é um registro muito bem feito daquele dia fora dos padrões. Quanto às maratonas no exterior, contém ótimos relatos da organização e da experiência de correr em alguns eventos que são altamente prestigiados.

Antes de concluir, uma observação: muita gente faz relatos bonitinhos em seus blogs e timelines no Facebook pois foram “presenteadas” com exemplares de livros. Não é o meu caso, passei na livraria e comprei a edição física, apesar de já ter disponível para leitores digitais. Em suma, o relato que produzi é espontâneo e tem por objetivo registrar a minha apreciação pela obra do Dr. Drauzio. E é claro, já incorporado à minha coleção de bons livros sobre esporte.

Pois bem, então oficialmente fica a indicação de uma boa leitura, e para aqueles que gostam de manter os livros na estante, uma obra de corridas que não pode faltar.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Volta de Represa: 2/3 de uma maratona!

Se o desafio de fazer 21 Km, uma meia maratona, já virou rotina nos calendários recheados de provas nesta distância, o jeito é buscar percursos mais longos, ou talvez mais difíceis... ou quem sabe, as duas coisas ao mesmo tempo. Para os que sem reclamar entram “na faca”, este aqui que vos escreve resolveu entrar “no serrote”, pelo menos esta é a impressão que fica ao observar a altimetria da Volta da Represa, prova que chegou à sua terceira edição no último domingo e que em linhas gerais pode ser definida em uma palavra: totalmente recomendada! (sim, me empolguei, são 2 palavras).

Ocorrida em Mairiporã, município vizinho da capital paulistana, bastam menos de 30 Km de estrada para chegar ao local da largada. Boa sinalização e facilidade de acesso são essenciais em provas que não acontecem nas redondezas por onde mora o corredor, e este é um caso de boa programação, pois mesmo sem as ferramentas tecnológicas atuais de geolocalização é possível encontrar o destino sem problemas. Mas vamos falar da prova, com estrutura simples mas muito bem organizada.

O kit foi retirado na véspera em uma academia da Zona Norte de São Paulo, além das opções de retirar no próprio local no dia da corrida para atletas que estivessem mais distante. Por morar na região, optei pela retirada na véspera, onde pela primeira vez em tantas corridas recebi o kit em uma caixinha contendo camiseta, número de peito, chip descartável e barrinha de cereal. Nenhum bandulaque para encher armário, vamos nos concentrar no que interessa.

Manhã fria, muito fria mesmo, mas correr é para os fortes, e você não escolhe a temperatura no dia da prova quando faz a inscrição. Como estradas são imprevisíveis, o jeito é chegar cedo, por mais confortáveis que sejam as cobertas da sua cama. Quando se está na cidade e o trânsito enrosca, buscam-se alternativas, mas na rodovia não tem jeito. Ao chegar na cidade estacionei o carro e encontrei a colega Ivana do blog Status: Na Correria que mais uma vez topou o desafio (ou insanidade?) de me aguentar pelo percurso longo. A única dúvida era a quantidade e configuração de roupas a levar, pois o frio estava intenso, para dizer o mínimo.

Fomos então para a largada, este aqui com um corta-vento fininho, só para garantir um pouco mais de retenção térmica por baixo da camiseta segunda-pele. Corneta de saída (quase) no horário e lá vamos nós, descendo, subindo, descendo,
subindo, e de vez em quando algum trecho plano. Encontramos o ilustre colega Fabio Namiuti, que também enfrentava a friaca do momento.

Percurso muito simples, vai 14 Km e volta 14 Km, predominantemente em estrada de terra batida, que mesmo com um pouco de chuva não causou grandes transtornos para os pobres tênis de corrida. A represa mesmo só pode ser avistada a partir do Km 10, na maior parte do tempo algumas propriedades rurais e árvores recheadas de ar puro cercavam os corredores. O trânsito não foi totalmente impedido para a prova, então alguns motoristas bem comportados desviaram dos corredores sem muito problema. Para quem optou por revezamento de 2 ou 4 atletas, ônibus da organização transportavam os corredores para seus postos de troca. Mas eu, é claro, fui para o pacote completo, os 28 Km de sobes e desces intermináveis. Ao final, bela medalha, lanche (olha aí, organizadores, é assim que se faz!), frutas e Gatorade. Para os mais corajosos, piscinão de água para relaxar os músculos, porém presenciei somente um herói enfrentando o gelo daquela água.


Resumindo, prova muito boa, com excelente organização, preço razoável para o momento – R$ 95,00 – e certeza de que estará no meus planos para as próximas edições.

O mais importante de tudo: a distância, por ser na medida exata de 2/3 dos 42 Km, é um excelente treino para quem tem alguma maratona nos próximos meses. Como é o meu caso, diga-se.

P.S.: gostaria de ter publicado o perfil altimétrico da prova, porém meu Garmin não está sincronizando devido à um plug-in que não instala de jeito nenhum no meu micro... pois é, tecnologia tem estes incovenientes...