sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ah, agora eu entendo!

Deixa ver se se eu acredito: você nunca usou a musiquinha tema do Rocky Balboa (“Gonna Fly Now”) para treinar, nem que seja para fazer uns abdominais naquele dia de chuva, certo? OK, eu não conto pra ninguém que você já fez isto. Mas o fato é que, passados 36 anos desde o lançamento do primeiro filme, o único que presta da série, diga-se, muita gente ainda se sente inspirada a sair para treinar só de ver o Stallone correndo pelas ruas da Filadélfia em busca de um condicionamento físico que o leve à vitória no ringue. Seu esporte é corrida? Serve assim mesmo. MMA? Basquete? Bocha? Tá valendo, o fato é que aquele clipe deixa qualquer um com vontade de melhorar a própria performance, seja no que for.

Só que existe uma diferença entre quem gosta de esporte e quem pratica. E você sabe do que eu estou falando. Resumindo: só quem já saiu de casa naquele frio congelante, sol ardido ou contra a própria vontade, e no final das contas executou tudo direitinho, é que tem a real sensação de dever cumprido, de se sentir um Balboa ou qualquer outro herói que excede os limites e está pronto para o que der e vier. De vez em quando dá até aquela depressão do tipo “se a prova fosse hoje, eu ia derreter o asfalto!”, de tão boa que foi a sua sessão de treino. De novo, quem se acha o máximo só porque assiste qualquer campeonato de bolinha de gude na TV e mal consegue empurrar um carrinho de supermercado, nem imagina do que estamos tratando aqui, muito menos o quanto aquela cena simboliza um resultado que muitas vezes fica na memória durante dias.

"Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha"
Rocky Balboa

Estou falando deste assunto pois a proximidade da Maratona do Rio muitas vezes empurrou a minha má vontade para dentro da mochila e me fez calçar o tênis assim mesmo e fazer alguma coisa para manter a carroceria “polida”. Seja aquele dia nublado, a chatérrima sessão de musculação ou a enfadonha esteira quando não dá tempo de mais nada, quando “o bicho pega” e você esquece da preguiça, o resultado invariavelmente é o mesmo, ou seja, aquela sensação de dar os soquinhos no ar para comemorar ao final. Na academia, com tanto zé-mané marombeiro por perto, ninguém vai nem perceber.

Enfim, vai sair, faça o seu melhor. Dizem que treino perdido é treino cumprido, mas eu fico com aquela sensação boba do tipo “sou um inútil preguiçoso” por vários dias, então sei do que estou falando quando digo para você ir assim mesmo. Já imaginou você aqui em São Paulo subindo as escadarias do Museu do Ipiranga num domingo frio, depois de uns 20 Km e erguendo os braços para o pessoal comendo algodão doce e andando de patins lá embaixo?

Só não vai dar os soquinhos no ar, vão achar que você é louco...

E aí vai, a melhor cena de uma das melhores produções sobre esporte (ganhador do Oscar de melhor filme em 1976):



(Imagens e vídeo em baixa resolução, somente para fundamentar visualmente o artigo em questão e sem fins lucrativos. Vídeo disponibilizado por usuário da comunidade do site YouTube)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Leitura de descanso: "Era Uma Vez Um Corredor"

Diversos livros tratam de biografias, histórias e estórias de superação, narrados em primeira ou terceira pessoa, porém poucas vezes é possível encontrar um enredo fictício sobre o tema “corrida”. Durante muito tempo a obra “Era Uma Vez um Corredor” (Once a Runner) de John L. Parker Jr. foi passada de geração para geração de atletas e aficionados, desmanchando-se de tanto manuseio e chegando a valer algumas centenas de dólares em sites de leilões. Lançado no ano de 2011 em português, o romance trata da estória de Quenton Cassidy, herói fictício que busca a todo custo quebrar a barreira de uma milha em menos de 4 minutos.

Esta distância mítica e este número cabalístico são consequência do sistema de medidas americano, portanto vamos traduzir: 1 milha são 4 voltas na pista de atletismo, ou seja, 1600 metros (não sou muito letrado no assunto, mas até onde lembro uma milha corresponde a 1.609 m... corrijam-se se souberem os números exatos). Mesmo assim, os atletas sempre buscaram vencer esta equação, e é claro que cada um de nós tem sua dobradinha tempo/distância que gostaria de mudar o balanceamento. Eu, por exemplo, já consegui em alguma situações vencer os 4 dígitos do relógio nos 10K, mas minha marca de meia maratona continua estagnada em 02h18min (aliás, parece que meu relógio só tem este número nos 21K!).

“Minha vida pode ser medida pela quantidade de borracha gasta.”

Voltando ao livro, é possível que o leitor ache a primeira metade um pouco enfadonha, pois ressalta muito o estilo de vida em dormitórios nas faculdades americanas na década de 1970. Times de atletismo eram comuns neste cenário, e como não temos isto de forma tão definida em nosso país, pode parecer um pouco chato entender os costumes e manias dos alunos. Mais adiante na leitura, Cassidy envolve-se em um abaixo-assinado que o impede de continuar competindo pela universidade, porém não o afasta de buscar quebrar o recorde, sob a tutela de seu treinador, um medalhista olímpico também fictício chamado Bruce Denton.

“Um treino intervalado é, para o corredor de distância, o equivalente moderno da dama de ferro, um instrumento usado pelos antigos inquisidores.”

Misturando personagens imaginários, outros reais como o campeão americano Frank Shorter, referência a outros do mundo das corridas, a estória até que flui de forma interessante e bem humorada. Nos capítulos finais, Cassidy irá enfrentar metro a metro seus medos na pista de atletismo durante uma competição e tentar vencer o relógio, batalhando contra adversários duros e tão bem preparados quanto ele. O resultado, só lendo mesmo.

"Era uma vez um corredor"
Lançamento: 2011
Páginas: 248
Formato: 16 x 23
Peso: 385
Acabamento: Brochura
Cód. de barras: 9788580570052
Gênero: Ficção (de corrida, é claro!)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Maratreino de 25K

Em primeiro lugar, vamos esclarecer uma coisa: meu boicote às provas da Yescom ainda não acabou. O motivo você já sabe, eu não concordo com as mudanças na São Silvestre e acredito que o horário da Maratona de São Paulo é uma ofensa aos corredores que se propõem a completar os 42K, um absurdo imposto pela emissora de TV que transmite a prova. Mesmo assim, não é do meu feitio “pipocar” em provas, acredito que isto é um desrespeito ao corredor que pagou inscrição, portanto, para participar da prova de 25K na edição da Maratona de São Paulo deste ano, eu estava regularmente inscrito. Sendo assim, vamos aos fatos.

O esquema é o de todo ano: retirar o kit no Ginásio do Ibirapuera, jogar fora as propagandas dos patrocinadores, separar o que interessa do restante de bugigangas e deixar a postos o chip descartável, número de peito e camiseta. Como a largada ocorre na Ponte Estaiada em frete aos estúdios da tal emissora e a chegada é no Ibirapuera, a organização disponibiliza ônibus que levam o corredor das imediações do parque até a Av. Jornalista Roberto Marinho . Primeira crítica: o organizador estampa em tudo que é lugar no regulamento e na entrega de kits que tudo é uma “cortesia”, ou seja, se der alguma bobeira e quiserem cancelar, o corredor não poderá reclamar. Tudo bem, também fiz a cortesia de pagar a minha inscrição corretamente.

Não bastasse o horário de largada absurdo, 08:25 (item 1.6 do regulamento...eu também sei esfregar o regulamento na cara dos outros), ainda atrasam de acordo com as diretrizes da transmissão. O atraso foi pequeno este ano, e por volta de 08:35 todos já se encaminhavam para a tal ponte, naquele clima de festa que é típicos dos corredores. O tempo frio ajudou bastante no início, mas não demorou muito para o sol aparecer e queimar os miolos e bonés de quem já estava aquecido. No sistema de som anunciava-se “20 mil participantes”, mas sinceramente, estes números ainda precisam ser auditados. Além do mais, geralmente em torno de 2 a 3 mil terminam os 42K, a maioria está dividida entre os 10K e 25K, além de uma caminhada de 3K que acontece ao mesmo tempo. Já vi muito leigo em corrida perguntar no dia seguinte “nossa, você estava naqueles 20 mil que correram a Maratona?”. Pois é, se dá tempo eu explico que nem tudo que aparece na TV é verdade, senão fica por isso mesmo.

Pontos a serem elogiados: entrega de kit rápida e organizada, ótima hidratação, com postos a cada 3 Km aproximadamente, postos de Gatorade e gel de carboidrato, staff bem espalhado pelo percurso. Ah, o percurso... nada fácil, cheio de sobe e desce, curvas, túneis e pontes, mas como diz o professor da academia “Quer moleza? Vai pra esteira!”. Pela primeira vez em 3 anos, eu tenho a satisfação de encerrar esta prova nos 25 Km, o ponto exato onde ela fica chata, ou seja, a Av. Politécnica. Após 02:54:55, eu parecia até ouvir aquela vozinha de GPS dizendo “Você chegou ao seu destino”. E é claro, vamos elogiar a medalha, que ficou muito bonita e com as devidas marcações das distâncias de cada prova.

Pontos ruins, pontos a favor, mas e os pontos legais? Aí vão: corri confortável, sem muito ritmo, às vezes acelerando, às vezes molengando um pouco. Parecia até um treino intervalado, mas para mim era realmente uma sessão de treinamento, já que o objetivo era fazer uma prova longa antes da Maratona do Rio daqui a 3 semanas sem estourar a carroceria. Vi algumas figuras da corrida e mais uma vez encontrei a colega Ivana do blog No Mundo das Lulus, no exato Km 24,5, pouco antes do tapete final. Conversamos até a chegada e ainda achei mais um blogueiro, o Alessandro do Correndo Que Me Entendo na fila dos ônibus que voltariam ao Ibirapuera. Presentão encontrar estes dois ao final da corrida!

Tirando a bagunça do embarque do ônibus e o trânsito na Av. Nove de Julho, o resto está de bom tamanho. Fico apenas chateado de não participar dos 42K na minha cidade, mas não vou mais sofrer igual aos outros anos, percurso chato e sol fervendo o crânio. Enquanto não mudarem o horário, posso até participar das próximas edições, mas em distâncias bem abaixo da Maratona. Ainda tenho esperança que a tal emissora deixe de dar palpites no horário desta prova e resolva transmitir alguma outra coisa no lugar, ou fazer igual às lutas de MMA que são transmitidas “ao vivo” muito tempo depois dos participantes estarem em casa com gelo na cara.

Parabéns a todos que concluíram, não importando a distância ou o tempo final!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dica de Treino: Running Club The North Face

Olha aí mais uma dica de treino bem interessante (texto e foto enviados pelo próprio organizador):

Aproveitando o embalo da corrida, a The North Face lança também seu Running Club. Um clube que traz a experiência dos atletas da The North Face para quem quer entrar no mundo da corrida de aventura. Os treinos são ministrados por Marcelo Sinoca, atleta da The North Face que já ocupou o pódio em várias provas de endurance, inclusive a expedição de 680 km na Patagônia Chilena em julho de 2011.

Os treinos ocorrem três vezes por semana: às terças e quintas-feiras no Parque do Ibirapuera (das 19h30 às 21h) e aos sábados, das 8h30 às 10h30 na USP. Uma vez por mês, os membros do clube ainda têm a oportunidade de fazer um treinão fora de São Paulo, para entrar em contato com terrenos mais acidentados.

Quem participa do clube ainda tem oportunidade de testar tênis da The North Face, antes mesmo da chegada nas lojas. Além de treinos com atletas estrangeiros da marca e treinos focados no XTERRA e outras provas de corrida em trilha e montanha.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Corredor não é Jogador de Futebol!

Quem me conhece ou passa sempre por aqui já sabe: eu não acho a menor graça no suposto esporte oficial nacional, conhecido como “Futebol”. Minha opinião é simples: não vejo graça em ficar assistindo 22 marmanjos de calção correndo atrás de uma bola durante uma hora e meia. Mas mesmo assim, parece que os instintos de “chutar objetos redondos infláveis” está na genética do brasileiro, e eu quase paguei caro por isso.

Estava eu lá em uma das raras escapadas ao Horto Florestal na Zona Norte de São Paulo, local ótimo para prática de corrida durante a semana, quando ao passar perto do campo de futebol um daqueles projéteis esféricos veio na minha direção. Estava eu totalmente aquecido depois de uns 45 minutos de corrida, no meu ritmo, e fiquei com aquela sensação de “pena” do cidadão que vinha desesperado atrás da fujona pelota. Em linha reta, como um animal de estimação que não te vê há muito tempo, o treco só faltava estar com a língua para fora e abanando o rabo. E os instintos tupiniquins primatas que habitam o meu código genético falou mais alto e “Pimba!” tasquei-lhe um pontapé de volta ao seu dono (na analogia, eu jamais faria isso com o animal de estimação).

Curiosamente, eu que nunca tive habilidade para chutar uma bola em linha reta, devolvi a gorducha para o esbaforido jogador, que agradeceu e voltou à sua partida. Veja bem, eu não chutava uma bola desde... bem desde da época em que o Ritchie emplacou nas paradas de sucesso com “Menina Veneno”. Na escola eu era sempre o último a ser escolhido para os times, ou melhor, eu “sobrava”, mas curiosamente todo mundo queria a minha companhia no dia das provas escritas. O que eu estava pensando? Poderia ter acertado uma criança, uma das capivaras do lago ou até mesmo a Estação Espacial, destruindo uma das janelas e lançando os pobres astronautas no vácuo! Eu não tenho habilidade para esportes de bola, devo ficar longe destes seres preenchidos de ar em seu interior!

Mas aonde eu quero chegar, quase mancando, é o que vem a seguir. Aproximadamente 3 horas depois eu comecei a sentir uma dor danada na região da perna boba que se aventurou a chutar a bola. Como este não é um esporte que pratico, mais a falta de musculação (já sei, já sei), o resultado não poderia ser diferente. Fiquei o resto do dia com aquela sensação ruim e o pensamento “falta menos de dois meses para a Maratona do Rio, a última coisa que preciso é uma lesão!”. Gelo ao final do dia, tornozeleira e promessas ao universo de que não faço mais isso (e de que não como mais doces também, mas esta parte você não precisa acreditar).

Resumindo: corredor, tome cuidado no que inventa em fazer quando tiver uma prova alvo no seu radar. Uma simples bobagem como esta pode custar caro para o seu treino! Se não joga futebol ou luta Muay Thai, não é hora de começar, deixe para depois da prova.

E aproveitando, se você for um dos meus vizinhos de prédio: sim, de manhã bem cedo eu fecho a porta com um estrondo de tremer a torre, para descontar de vocês berrando à noite na hora do jogo!

P.S.: você não sabe quem é o Ritchie e nunca ouviu “Menina Veneno”? Super-gêmeos, ativar...forma de um videoclipe lá dos anos 80:

Ritchie - Menina Veneno


domingo, 3 de junho de 2012

Promoção Kellness Track&Field Run Series

Aproveitando para divulgar uma promoção bem interessante para quem participa do circuito Track&Field Run Series (texto enviado pelo patrocinador):

A Kellness™, linha de cereais da Kellogg’s, lançou um concurso cultural feito especialmente para os corredores! Você pode participar enviando um texto com até 140 caracteres, respondendo o que faz pra superar seus limites. As dez melhores respostas ganharão um tratamento VIP na etapa vigente da Track&Field Run Series, com direito a um kit de participação e acesso ao espaço Kellness™ com café-da-manhã. Além disso, você poderá pegar seu chip sem nenhuma fila, usar o guarda volumes e ainda ganhar o kit da marca, com toalhinha fitness, um produto da linha e uma camiseta exclusiva, de tecido Termodry®, da Track&Field.

Para conferir mais detalhes e enviar sua mensagem, é só acessar www.kellness.com.br/superandolimites. Lá você também encontra a tabela com todas as etapas, as respectivas datas e a validade do concurso pra cada uma delas.

A Track&Field Run Series teve início em 2004 e já contou com mais de 100 mil atletas, tanto amadores quanto profissionais. Os circuitos de corridas são de 5 e 10 km em diferentes cidades, e representam uma ótima opção pra quem busca qualidade de vida através do esporte.